(1791 - 1867) Físico e reverenciado químico inglês, nascido em Newington, Surrey, subúrbio de Londres, descobridor da indução eletromagnética (1831) e cujos conceitos da física experimental e do eletromagnetismo abriram caminho para o progresso da eletrônica e da eletrotécnica. Suas concepções teóricas, entre as quais as que tratam das linhas de força, serviram de base aos trabalhos de Maxwell para o estabelecimento da moderna teoria das ondas eletromagnéticas. Filho de um pobre ferreiro, dos 13 aos 20 anos trabalhou como encadernador e, enquanto isso, autodidata, lia tudo que lhe era entregue para encadernação, principalmente os textos científicos, sobretudo os de química. Passou a freqüentar a Sociedade Filosófica e depois a Royal Instituition, onde chamou a atenção de Humphrey Davy, passando a ser seu assistente no laboratório da Royal Institution e também nas suas viagens ao exterior do país. Apesar de poucos conhecimentos teóricos, seu espírito de experimentação o levou a importantes descobertas para a química e a física. Publicou seu primeiro trabalho de notoriedade (1816), sobre análises químicas de determinados calcários.
Atraído pela experiência do físico dinamarquês Oersted, que demonstrou a propriedade da corrente elétrica de modificar a direção de uma agulha magnética, descobriu o efeito contrário dos magnetos sobre os condutores e com essa experiência, fundamental para o desenvolvimento tecnológico posterior, criou o primeiro motor eletromagnético (1821). Especialista na pesquisa com fluxo de eletricidade através dos líquidos, descobriu a eletrólise (1823). No mesmo ano conseguiu liquefazer o gás cloro com o abaixamento da temperatura e aumento da pressão, procedimento em que seu mestre havia fracassado anteriormente, causando-lhe até uma certa dose de ciúmes e, a partir daí, conseguiu liquefazer praticamente todos os gases conhecidos.
No ano seguinte (1824), graças à notoriedade conquistada por suas descobertas, entrou para a Royal Society. Prosseguindo em suas experiências, isolou o benzeno (1825) e, retomando os estudos sobre o eletromagnetismo, descobriu a indução eletromagnética (1831), um fenômeno, já entrevisto por Arago e por Ampère, mas que só então foi definitiva e cientificamente explicado. A formulação da lei da indução eletromagnética, demonstrou a possibilidade da transformação direta de energia mecânica em energia elétrica (quase que simultaneamente com Joseph Henry, nos EEUU). Através de experiências com limalhas de ferro, descobriu e designou as linhas de força (1831), e esclareceu a noção de energia eletrostática.
Foi o responsável pela introdução no Conselho de Whewell (1833) de uma nova terminologia na química, que é empregada até hoje, como eletrólise, íons, ânion, anodo, cátion, catodo, etc. Formulou as leis da eletrólise (1834) e, por isso, denominou-se faraday a quantidade de eletricidade necessária para libertar um equivalente-grama de qualquer substância. Definiu corrente elétrica como resultado da vibração provocada pelas rápidas alternâncias de tensão nas moléculas dos bons condutores (1838).