(1766 - 1844)
Físico, químico e professor inglês, natural da vila de Eaglesfield,
Cumberland,
considerado o criador da primeira teoria atômica moderna. Filho
de um tecelão de uma fábrica local, tornou-se um menino prodígio e, aos 12
anos de idade, substituiu seu professor, John Fletcher,
na Quaker’s School de Eaglesfield. Estudou durante 12 anos em Kendal e,
após concluir sua formação acadêmica, tornou-se professor de
matemática e física do prestigiado New College de
Manchester (1793-1799). Desenvolveu trabalhos significativos em vários campos:
meteorologia, química, física, gramática e lingüística. Pioneiro em
trabalhos sobre as propriedades dos gases, enunciou a lei da mistura dos
gases (1801) e iniciou a formulação da teoria atômica. Seu nome
passou à história da ciência tanto por suas teorias químicas quanto pela
descoberta e descrição de uma anomalia congênita da
visão das cores: o daltonismo, de que ele próprio sofria, cujas observações
pessoais sobre o fenômeno foram publicadas no livro Extraordinary Facts
Relating to the Vision of Colours (1794).
Percebeu, ainda jovem, sua cegueira para algumas cores e pesquisou o fenômeno
em outras pessoas, observando que a anomalia mais comum era a impossibilidade de
distinguir o vermelho e o verde. Em alguns casos, a cegueira cromática é mais
acentuada para o campo do vermelho, chamada de protanopsia. Em outros,
para o campo do verde, a deuteranopsia. Certas pessoas sofrem de
daltonismo apenas em circunstâncias especiais, e poucas são cegas para todas
as cores.
Assumiu a secretaria da Sociedade Literária e Filosófica de
Manchester (1800), que posteriormente assumiu a presidência vitalícia em caráter
honorífico (1817). Discípulo de Proust
(1803-1807) criou o modelo atômico de Dalton e apresentou sua teoria atômica
com o trabalho Absorption of Gases by Water and Other Liquids
(1803) em uma série de conferências
realizadas na Royal Institution de Londres (1803-1808). Para ele, toda matéria
era constituída por partículas indivisíveis, os átomos. Retomando as
definições dos antigos atomistas gregos, considerava os átomos como partículas
maciças, indestrutíveis e intransformáveis, ou seja, não seriam alterados
pelas reações químicas. Associou cada tipo de átomo a um determinado elemento
químico. Os átomos de um mesmo elemento seriam todos iguais na massa,
tamanho e demais qualidades e o peso (massa) de um composto seria igual
à soma dos pesos dos átomos dos elementos que o constituíam.
Idéia que prevaleceu até a descoberta dos isótopos (1921), quando
foram descobertos átomos de um mesmo elemento com massas diferentes.
Explicava
as reações químicas como resultado da separação ou da união entre átomos
e usou o termo átomos compostos para designar as ligações entre essas
partículas. Dedicou-se também à meteorologia, onde desenvolveu
interessantes trabalhos sobre fenômenos atmosféricos, como a aurora boreal. Seu principal livro foi New System of Chemical Philosophy
(1808-1810), onde incluiu teses importantes, como a lei
das proporções múltiplas, conhecida como lei de Dalton,
segundo a qual a pressão total de uma mistura de gases equivale à soma das
pressões parciais dos gases que a constituem.
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